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PROJETO COMPARTILHANDO LEITURAS

     O Projeto "Compartilhando Leituras tem como objetivo incentivar os alunos do Ensino Médio da Escola Tomé Francisco da Silva a ler os  clássicos literários. O projeto também incluirá a leitura de textos informativos de atualidades para a realização de debates e produções escritas.
   

 Realizei a primeira RODA DE CONVERSA, na sexta-feira, dia 18. Fiquei feliz com o resultado, percebi o compromisso dos alunos e como eles demonstraram grande desenvoltura na
atividade, que também oportunizou o
 desenvolvimento de habilidades da oralidade.

      A aluna Flávia Regina, do 3º ano A apresentou a obra "O Unitário", de pedro Puech; fazendo um resumo e uma apreciação crítica em relação a cenário, personagens, contexto histórico, aproveitando para recomendar a leitura aos colegas. Clarice Lispector foi apresentada aos leitores pelo aluno Arthur Marques, que leu a a obra "A Paixão segundo GH". Estranhou um pouco o estilo da autora, o que não o impediu de tentar compreender e tirar lições da trama criada por uma das escritoras mais célebres do Modernismo brasileiro.

      "As melhores crônicas de Fernando Sabino" foram lidas e apreciadas pela aluna Beatriz Melo, que comentou sobre a crônica "Notícia de Jornal". O aluno Tobias leu a obra "A terra dos meninos pelados", do ícone da literatura regionalista do Modernismo: Graciliano Ramos. E mariana encantou-se com a leveza que invade a alma, da poesia de Cora Coralina, recitando um dos poemas da obra "Vila Boa de Goyaz" (escrito assim mesmo pela autora). 
       A experiência dessa primeira roda de conversa do projeto foi bastante proveitosa, a próxima rodada de leituras será iniciada na próxima semana.

          Nas próximas etapas do projeto, os alunos redigirão resenhas escritas para serem publicadas nesse blog.

O BLOCO DO AMOR

        O Carnaval acabou, restou aos foliões uma canseira feliz; aos que não gostam de Carnaval, um certo alívio, ou não, pois isto significa que os abundantes feriados também acabaram. Agora resta a todos os fieis escudeiros do mundo do trabalho voltarem aos seus postos. Isso mesmo, a fila precisa andar, afinal os gastos extras vão exigir mais algumas árduas horas de trabalho.

       Hoje uma paradinha na estação primeira de Jesus, lembrando que Ele inicia seus quarenta dias de reclusão, de jejum, de oração, em preparação para o seu Calvário e consequente vitória sobre a morte. 

     Quarta-feira de cinzas: para os cristãos, um dia de reflexão sobre a vida e sobre a morte "ao pó viemos, ao pó voltaremos", eis a sábia filosofia desta data. Como dizia uma antiga canção religiosa dos meus tempos de infância: "para que tanto orgulho se somos todos iguais, para que separação se somos irmãos". 

        Portanto, queridos leitores, embora Carnaval se oponha a Cinzas, seja pela conotação alegria x tristeza,  liberdade x reconhecimento de limitações, posso visualizar uma grande semelhança que é a força que estas datas especiais têm de promover a interação dos seres humanos, através de paixões, de pontos de vista e de crenças comuns. Nas palavras do filho de Deus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Vem e segue-me!" 

         Sejamos foliões  do "bloco" do amor, da verdade e da justiça.  

O ENCANTO DO GÊNERO MEMÓRIAS LITERÁRIAS

quinta-feira, 17 de novembro de 2016


PROFESSORA E ALUNA DA TOMÉ EM OFICINA REGIONAL DA OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA: GÊNERO MEMÓRIAS LITERÁRIAS

  
A professora Cristiane Patrícia de Lima e a aluna Anne Beatriz Ferreira, do 8º ano A, estão na cidade de Fortaleza, Ceará, participando da Oficina regional da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Foram premiadas com Medalha de Bronze, por serem semifinalistas e estão concorrendo à final do concurso. 



    Durante três dias, professoras e aluna participam de oficinas de leitura e escrita, palestras, sarau, passeio cultural e recebem bônus para comprarem livros. O texto da aluna Anne Beatriz foi um dos escolhidos entre 50.000 textos escritos por alunos de quase 5.000 municípios do país. Os semifinalistas são 125 textos de Memórias Literárias, dos quais 38 irão para a final. 

      Beatriz escreveu as memórias de sua avó Maria do Carmo, popular Lilia, moradora do Distrito de Lagoa da Cruz, no qual a escola está situada. Com o sugestivo título: Das rodas de conversa: a comandita, um engenho e uma escola, o texto agradou os avaliadores das comissões escolar, municipal e estadual. Agora enfrentará a seleção regional, caso seja escolhido, aluna e professora participação da cerimônia da final da Olimpíada a ser realizada em Brasília no mês de dezembro.


    A OLP é mais que um concurso de redação, é um incentivo à formação de alunos-autores e professores orientadores. Ocorre em anos pares, nos anos ímpares são realizadas atividades de formação de professores à distância e presenciais e preparados materiais auxiliares que são enviados ás secretarias de educação e escolar para auxiliar na prática pedagógica. 






Fonte: etfslagoa.blogspot.com 

UM OLHAR INTIMISTA PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA



    Caros leitores,

  Venho neste blog compartilhar a  alegria de um texto meu ter sido premiado na Olimpíada de Língua Portuguesa. Trata-se de um RELATO DE PRÁTICA, texto que expõe para outros professores a forma como trabalhei com meus alunos do 3º ano do Ensino Médio o gênero textual ARTIGO DE OPINIÃO. Dificuldades, estratégias de ensino; enfim, como vivenciei na escola com 68 alunos as oficinas propostas pela Olimpíada.

      O texto do meu aluno (publicado aqui neste blog) foi semifinalista na OLP;  participamos da Oficina Regional na cidade de São Paulo. Durante a oficina foram escolhidos 07 relatos de prática entre 125 professores participantes da seleção.

      Parabéns à equipe organizadora da OLP pela dedicação e competência na realização deste projeto que contribui para a aquisição das habilidades de leitura e escrita de muitos estudantes da Educação Básica do país. Este é o maior legado da OLP.

     O relato será publicado no Portal da Olimpíada de Língua Portuguesa (www.escrevendoofuturo.org.br)  

Foto: Blog da Olimpíada 

ARTIGO DE OPINIÃO SEMIFINALISTA NA OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA: OFICINA REGIONAL EM SÃO PAULO

ALUNO:


JÚLIO CÉSAR DE LIMA NUNES          TURMA: 3º MÉDIO C    ESCOLA TOMÉ FRANCISCO -QUIXABA - PE

PROFESSORA: ROSINEIDE ALVES DE ALMEIDA OLIVEIRA


Dois estados, dois municípios e uma Lagoa seca


          A água é um bem indispensável à vida que está extinguindo-se do planeta Terra. Pesquisas e mais pesquisas sobre o assunto atestam que a escassez do “ouro azul” no mundo não é apenas profecia, mas uma realidade que já começamos a presenciar. Em Lagoa da Cruz, o lugar onde vivo, já constitui um fato. Com cerca de 2000 habitantes, o distrito está localizado no sertão pernambucano, ou, para ser mais preciso, “pernamparaibano”, pois parte do seu minúsculo território encontra-se em terras do estado da Paraíba. Quixaba, PE e Princesa Isabel, PB; dois municípios, um distrito: realidades diferentes.
 Há três anos não temos água nas torneiras, sendo a comunidade abastecida por carros-pipa. Uma vez por mês, a prefeitura coloca em cada casa o equivalente a 1.000 litros de água; diariamente, quem precisar do precioso líquido deve pegar em latas nas cisternas comunitárias. Consequência desta situação é também o êxodo rural, dezenas de ônibus saem de nossa região,  lotados de homens que deixam suas famílias em busca de trabalho no Sul do país, pois a estiagem traz a falta de tudo por aqui.
Esta situação é desesperadora, embora a comunidade  ainda não tenha despertado para o tamanho do problema. Como resolvê-lo? Quando teremos água para chamar de “nossa”? Por que Lagoa da Cruz não é contemplada com os mesmos benefícios das cidades-sede dos municípios aos quais pertence?
Deixe-me ser mais claro: enquanto não temos água em Lagoa da Cruz, na cidade de Quixaba nunca faltou o líquido precioso, pois dispõe de um manancial que dá conta de seus habitantes e recentemente foi beneficiada pela Adutora do Pajeú, obra da transposição do Rio São Francisco, cujas instalações encontram-se a menos de 20 km do lugar onde vivo. A cidade de Princesa Isabel, nosso município por parte da Paraíba, embora esteja sem água no momento, logo será também banhada pelas águas da adutora. Segundo dados da Wikipédia, o projeto de transposição do rio São Francisco, quando concluído, beneficiará 12 milhões de pessoas e 112 municípios em todo o país. Porque uma população tão pequena como a de Lagoa da Cruz não poderá entrar nesta estatística? Por que essa obra não pode chegar até nós, já que também somos quixabenses e princesences?
Reconheço que alguns esforços do poder público dos dois municípios já foram feitos para amenizar nossa situação, como o atendimento com os carros-pipa, a construção de cisternas e a perfuração de dois poços. Porém, estas ações, a meu ver, não solucionam o problema por dois motivos: a vazão dos poços é insuficiente e as águas subterrâneas tem apresentado muita salinidade; característica constante no semiárido nordestino, conforme atestam pesquisas de várias universidades. São construídas cisternas, mas para armazenar o quê, se dependem exclusivamente da água da chuva?
Em minha opinião, um distrito carente como o meu, pertencendo a dois municípios deveria ser bem cuidado e nunca desamparado pelo poder público. Falta alguém que olhe com os olhos da mudança para o meu lugar, pois água de carro-pipa não é solução, é paliativo. Os mananciais das cidades solidárias que estão fornecendo água para os carros-pipa não suportarão grandes retiradas por muito tempo. Então, o que faremos?
Por isso defendo que a melhor solução para nosso distrito seria o abastecimento de água pela Adutora do Pajeú, já que a possibilidade de encher o nosso antigo açude está descartada porque a seca continua cruel como sempre. Além disso, proprietários de terras vizinhas ao manancial construíram açudes particulares nas suas vertentes (esta é outra questão polêmica e prova do descuido com Lagoa da Cruz).
Tenho certeza de que se dependesse da vontade do “Velho Chico”, nossa Lagoa não ficaria sem água, até porque o consumo da população é pequeno. Acredito que o problema está mesmo é na falta de ações humanas; afinal, em épocas passadas não havia o progresso e a infraestrutura que existe hoje no Nordeste. Temos representantes do poder legislativo na comunidade, mas estes não se pronunciam no caso e a população pouco cobra deles. Permanecem inertes diante da situação.
Lagoa da Cruz, cujo nome originou-se de lagoas cheias de água que cobriam suas terras antigamente, hoje é uma lagoa seca. Gostaria de viver numa Lagoa com água, por isso acredito que precisamos de uma grande mobilização da comunidade: igrejas, escolas, famílias, sociedade civil e representantes políticos. Assim, o problema da água em Lagoa da Cruz teria alguma chance de ser resolvido. Enquanto isto não acontece, ficaremos à mercê do destino, orando na capela, fazendo procissão e promessas para São José como nossos antepassados.